sexta-feira, 1 de junho de 2012

"Ais"

Apesar, do pesar, 
de todas as horas de trabalho semanais.
De temperamentos infernais,
de piadas sacais
comportamentos banais
percebi que onomatopéias são devera temperamentais.

Então escolho abrir o coração
para que a alma tenha a devida emancipação
ter o gosto da libertação
e o mais importante, 
manter corpo saudável e são
e quem sabe então, me tornar inspiração...




sexta-feira, 9 de março de 2012

Qual é a música?

Escute enquanto lê ...

A vida é feita de ciclos e fases. Temos momentos sertanejos, sempre cheios de ginga e animação. Às vezes, estamos mais para rappers, fazendo nossas reivindicações, botando a boca no trombone. Ou, quem sabe, se sentindo o último biscoito do pacote, cheios de glamour, bem estilo R&B.
Há algumas semanas, poderia dizer que o estilo musical que mais definia meu momento de vida é o eletrônico. Em “super velocidade”, as músicas são tão agitadas que parecem ultrapassar a barreira do som. Mas acho que depois de toda tempestade, vem mesmo a calmaria. E, se pudesse resumir, acho que, na maior parte dos dias e horas que compõem e compuseram a minha vida, fatalmente eu seria puro blues.
Blues? Mas por quê? – você pode pensar.
Bom, eu ainda toco à moda antiga, com notas simples, de baixa frequência. Num tipo de estrutura repetitiva. Sim, uma coisa que aprendi na vida foi a valorizar a simplicidade, a rotina, ter todos os dias iguais e saber que serão sempre diferentes, cada um com sua peculiaridade. É o que move o mundo. É o que me move, me tira da cama com um sorriso de orelha a orelha.
Mas não é SÓ por isso que eu vivo em uma “bolha blues”. Como toda canção típica, eu vivo conversando comigo mesma, pensando e repensando o porquê das coisas. Vivo também um eterno romance de campos verdes e vastos, flores com aromas inesquecíveis, e a leveza da brisa de uma primavera, tocando meus cabelos tão suavemente quanto à mão de um pianista tocando as teclas do sua alma.
Ah, e eu não podia deixar de fora o tom exageradamente melancólico deste ritmo que marca o compasso da minha vida. Tudo ganha proporções gigantescas através das minhas lentes “azuis”. Eu sinto muito, mesmo. Tudo dói demais. Machuca demais. As metáforas, hipérboles, tomam mesmo as rédeas da minha vida. Sem falar que tudo parece eterno, quando estou mergulhada no ritmo. Mas acontece que, todas as coisas passam, mesmo. E nem demoram tanto assim, quando paro para pensar de um jeito mais “pop”.
Mas acho que o traço mais marcante de toda esta escala musical é mesmo a paixão. Acho que é o que me traz orgulho de ser puro blues. Viver apaixonadamente, do modo mais clichê possível. Ver meu coração acelerar por coisas tão pequenas. Acreditar apaixonadamente em cada palavra que sai da minha boca. E, principalmente, me sentir dentro de um filme hollywoodiano dos anos 50, no melhor do american way of life, por aquilo que para você pode parecer nada, mas que se parar para perceber, é tudo que faz diferença na vida.
Então me diga, qual é o seu ritmo?

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Flutu-ar

“A melhor discussão a se ganhar é aquela que você tem certeza de estar certo”. Estar certo dá uma segurança e uma força, para seguir em frente, pisando firme e forte. Mas independente  de se pisar na areia fofa ou no cimento, não seria melhor flutuar? E se não houvesse chão para começar?
Não seria melhor ser seguro e firme, na fé? Pela verdade e pela confiança, flutuar pelos caminhos da vida que muitas das vezes nos parecem mais becos que alamedas? O caminho está ali, e tem que ser seguido; não sei se hoje, amanhã ou , no meu caso, na próxima vida. Mas ele está ali, cheio de percalços para serem percorridos e  superados.
Então por que é que nós insistimos em construir prédios e postes, no meio do caminho? Já temos pedras demais para caminhar sobre e além. Será que é preciso tanto dar este toque humano, construir a dificuldade? Por que não, construir postes à beira da estrada, para iluminar o caminho? E apartamentos no fim da caminhada, para descansarmos depois de todo o esforço?
Acontece que é o que acontece no caminho que se leva pelo resto do caminho. Aquela topada que você deu, primeiro traz dor, depois sangramento e ali a ferida fica mais viva do que nunca. A casquinha se forma,e  fica ali, sarando toda aquela dor. Você pode escolher arrancá-la de novo e iniciar todo o processo, ou deixar curar, sozinho. Deixar passar. Deixar ser.
Aquela cicatriz vai ficar sempre em você, te acompanhando para cada lugar que for. A diferença é que agora ela te lembra de tudo que você superou e de toda a força que você tem. Agora, ela é você.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Over-capacity



Houve, Ouve, Over
Over- welmed
Over- dosed
Over- egg
Over- elaborate
Over- particular
Over- achieve
Over- act
Overall
Overeacting

domingo, 24 de abril de 2011

Suficiente



adj. Qualidade de suficiente.
Tanto quanto necessário; bastante: quantia suficiente.
Auto-suficiente, presunçoso, vaidoso: atitude suficiente.
Filosofia. Razão suficiente, causa que satisfaz plenamente.







Mas pra você, o que é suficiente?
É quando você está em uma situação na qual não agüenta mais e diz (sin.) “já basta”? Ou quando você encontra aquele “Q” que faz você sentir que tem o suficiente para ser feliz a vida inteira?
Mas afinal, dentre tantas definições, dizer que algo é suficiente, realmente o torna causa que satisfaz plenamente? O que basta para nós?
Temos essa mania estranha, de idealizar o mundo. Movidos pelo desejo de ser, alcançar e até ter, sempre criamos expectativas- potenciais frustrações e por vezes, sucessos. Lidar com a não suficiência do acontecimento, como aquela vez que você quase conseguiu aquele emprego, ou quase se apaixonou completamente, se não fosse(lacuna). São essas mil e umas desculpas, da tal lacuna a preencher que vem tentar justificar, aquilo que na vida real, não rolou como na nossa cabeça. Aí é quando exacerbamos o adjetivo SUFICIENTE, no literal da palavra; É como se ser suficiente nem mesmo coubesse dentro da palavra suficiente. Não há felicidade no mundo suficiente, ou dinheiro, ou amor. Parece que sempre falta alguma coisa para ser pleno, apesar de já termos o suficiente. Comida, roupas, caminhos. Nós, de metidos que somos, nos apropriamos deste termo, e nos sentimos no direito de cobrar, de transbordar esse significado. É como uma represa que não agüenta o volume de água. São tantos “se” e “mas”que a língua portuguesa se rompe, extrapola, e fica perdida entre significados e desejos e quimeras.
E ao invés de culparmos o dicionário, pertinente seria redefinirmos nossas noções de mundo para que a nossa expectativa faça juz a palavra. And not the other way around.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Re-lacionar

Você passa a vida pensando como teria sido se... e o problema é quando você se deixa dominar pelo que poderia ter sido e esquece de ser.  E aí a vida passa por você. Quantas noites, com meus 3 anos de idade, passava olhando para o teto e me perguntando “E se”. Quando via as dificuldades, perguntava se seria mais fácil, se... E a curiosidade, se tornou medo lá pelos 14. Não sabia se eu podia saber do se... E pior, se podia saber do foi. E fiquei, com este medo dentro, corroendo até meus 23.
Em meio à planos futuros, à beira da construção da minha vida- percebi que era impossível seguir em frente, sem saber quem fui pra trás. E fui tomando coragem para confrontar a mim mesma, e descobrir do que eu tinha tanto medo.
E quando tive forças pra questionar, investigar, mal percebi que o que estava fazendo era sanar uma dor tão profunda, que nem a mais tecnológica ressonância poderia detectar.
Buscar, conhecer, aceitar. Reformular. Re-lacionar o passado e o presente, pra possibilitar o futuro a se imaginar. Não importa o quê foi, como foi. Simplesmente ainda é. Eu sou.
E começa a ver, que as coisas que foram presentes no passado, tiveram sua razão de ser. São peças insubstituíveis na engenhoca que somos nós. Depois de uma seqüência inédita de experiências,  você olha e pensa naquele erro. Cai em si e percebe que graças àquele erro, você é quem é hoje. Que pessoas que conhecemos que parecem mudar totalmente nossos valores, na verdade só vêm nos mostrar e reafirmar aquilo que somos de verdade.
As noites olhando pro teto, enquanto as lágrimas molhavam o travesseiro, os minutos, que somam anos,  de vazio completo. Os passeios de ônibus de diálogos internos infinitos. Os amigos que nunca souberam. As pessoas que nunca compreenderam. Vinte e três anos, pra entender que o vazio na verdade é o que me completa. Que me mostra, a cada passo, a sua força e poder constituinte naquela que sou, presente nas minhas decisões, escolhas, gostos.
É, aquela dor excruciante, que me impedia de comer, de pensar, de respirar, é a mesma que me possibilita recuperar o fôlego, sonhar e batalhar pelos 50 e poucos anos que irão chegar.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Entre forças e esquecimentos


Eu quero, almejo, eu vejo
Eu não consigo alcançar,
brevemente tocar
É apenas um simples lampejo.

A vida que corre, que há
não encontra lugar
para alocar
tantos desejos

Ser e poder
conseguir alcançar
parece que está condicionado
a sempre parar

Então essa vida
que chega a roçar,
a ranger, amordaçar
É a mesma
que dá espaço e lugar
para aquele perfume no ar
bater a sua porta
e tudo mudar.